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Quando Todos Têm um Preço, a Democracia é Corrompida

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As campanhas políticas começaram mais uma vez, trazendo consigo a velha encenação de generosidade, preocupações sociais superficiais, e a repentina transformação de políticos em bons samaritanos e injustiçados. Desde 2020, resolvi não me envolver mais com política. Fui rendida pelo cansaço e pela decepção.

O que me cansou foi ver pessoas que eu admirava, profissionais que um dia considerei éticas, se entregarem ao jogo sujo por cargos e salários públicos. Empresas que pregam direitos dos trabalhadores, orgulhosas de exibir selos como o Great Place to Work, mas que, nos bastidores, trancam funcionárias em salas, impedindo-as de exercer o direito de expressar suas opiniões políticas em redes sociais particulares.

A conclusão que tiro disso tudo é dolorosa: todos têm um preço. Todos, sem exceção, se corrompem por dinheiro, status, poder e ego. Não conheço um único candidato que esteja verdadeiramente preparado para defender os interesses dos eleitores, e não os seus próprios.

É irônico que, em uma sociedade que lutou tanto contra o classismo, hoje nos vejamos mais divididos do que nunca por diferenças ideológicas e interesses específicos. Vemos candidatos que se limitam a defender nichos: A luta pelos animais, B pelas comunidades LGBTQIA+, C pelas Mulheres, e assim por diante. Mas quantos deles compreendem, de fato, o que significa democracia? Onde estão aqueles que defendem direitos e deveres iguais para todos, sem exceção?

Aos candidatos, deixo claro: incentivo à cultura não é promover shows gratuitos com artistas famosos nas praças. Incentivo à cultura é levar arte para as escolas públicas, para as periferias, onde ela realmente pode transformar vidas. Incentivo ao esporte não é despejar recursos em times profissionais falidos, mas sim criar programas sociais que incentivem o esporte entre crianças e adolescentes, com professores qualificados e comprometidos.

A sociedade é um todo, não um amontoado de classes e interesses pessoais. Vereador, para mim, é quem fiscaliza o executivo e legisla em prol de todos, garantindo a organização e a regulamentação da sociedade por meio de normas justas. Ao executivo, cabe desenvolver o município e sua população, sem arbitrariedades, desvios de verbas ou compras de lealdade.

É triste, mas a realidade é que todos têm um preço e os egos estão cada vez mais inflados.

Continuo reclusa, tanto como eleitora quanto como cidadã, até que qualquer um dos 32 partidos políticos registrados no Brasil tenha a coragem de falar de forma séria e honesta sobre a necessidade de uma reforma política. Uma reforma que respeite todas as pessoas, que defenda os direitos humanos universais e, principalmente, que tenha a coragem de acabar com essa multiplicidade de siglas que se alimentam das verbas públicas para comprar aliados e perpetuar divisões.

Até lá, a minha indignação permanecerá viva, e minha confiança, em silêncio.

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